segunda-feira, dezembro 01, 2008
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Descobri o amor pelo site da Bjorn Borg
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publicado por Dýlon às 11:21
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segunda-feira, junho 02, 2008
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E se...
E se eu, depois de uns anos, resolvesse retomar isso aqui? E se eu conseguisse ser menos chato e pedante que antes? E se eu continuasse olhando pro meu próprio umbigo, mas de uma forma menos adolescente revolta?
E se isso virasse um podcast útil?
Huuuum?!
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publicado por Dýlon às 22:56
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quarta-feira, agosto 30, 2006
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Sai mosquinha, sai
Eu sabia que tinha alguma coisa perdida nas minhas lembranças mais recentes, que estava ali, escondida talvez atrás dos olhos e que teimava em ter minha atenção de volta. Voei de outra dimensão de repente com batidas na porta me dizendo que eu estava atrasado. Foi quando me olhei no espelho e percebi que aquilo tinha tentado sair à força de mim. Meus olhos estavam uma pereba! Nem eu resisti e tive de me perguntar se não tinha ido àquela outra dimensão fumar um e por isso tinha perdido a hora. Não, não era. Graças a Deus. Sou meio caretinha pra certas coisas e prefiro manter meu pé no chão. Na verdade, não que eu prefira assim, sabe? Acho que acontece simplesmente por um senso de praticidade e realidade que é por vezes exagerado, essas viagens são conduzidas por uma instrumentalidade lúcida e fria do meu consciente e inconsciente. O que era? Ah, era só o meu livre-arbítrio me dizendo que estava ali para ser usado. Acho que fiquei feliz, antes cego do que subjugado.
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publicado por Dýlon às 20:10
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segunda-feira, dezembro 12, 2005
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Querido Papai Noel,
Creio que já seja hora da gente fazer as pazes. Já tem muito tempo que não temos aquela conversa séria de fim de ano e, de repente, eu senti falta disso.
Não estou em condições de pedir muita coisa neste Natal, não tenho me comportado nada bem. Ainda tropeço nas mesmas pedras. Tenho acordado com mais mau humor que o habitual, tenho sido rude e superficial. Tenho deixado meus pais aflitos por não ligar com frequência. Às vezes ainda deixo de estender a mão e dizer uma palavra amiga. Meu egoísmo grita comigo o tempo todo. Meu coração ainda é muito duro, uma pedra que pesa a cada dia e que tem sofrido fissuras. Sei que não posso estar entre os primeiros da fila, mas, ainda assim, tenho pedidos a fazer. Quero pedir perdão pelo meu fracasso, por toda vez que dei um passo em falso e me deixei ir ao chão, por pensar tanto em mim e me esquecer de mim ao final. Desejo que a vontade ainda seja maior que o impulso, ou que o impulso seja coerente, para que eu consiga ser eu do jeito que eu quero e tenho que ser. Quero acordar todos os dias com um sorriso limpo de qualquer culpa por eu ser ainda tão grosseiro.
Olho pela janela e vejo a chuva que cai lá fora. Espero, e peço, que todos os outros que estão além das cercas do meu mundinho egocêntrico tenham um teto para se abrigar dessa água que cai sem parar, para se esconder do frio que assola a vida corrida dos habitantes desse planeta, que tenham o que comer sem precisar se preocupar com o que vem depois. Seria bom, também, que todos os eus, que estão espalhados por aí, fossem visitados, nem que fosse uma só vez ao ano, pela consciência, aquela que é injustiçada a todo tempo, mas que não se deixa abalar nunca.
Presencio por mais um ano, a contragosto, essa grande exacerbação da hipocrisia, que parece estar na gama dos novos valores morais da humanidade. É... talvez fosse mais fácil pedir uma bicicleta, seguir a marcha em silêncio. Ou talvez eu não tenha direito àqueles presentes, talvez não tenha feito por merecer. De qualquer forma, vou, pelo menos na noite do dia 25, ser mais sincero comigo, abraçar meus pais e meus amigos por muitas horas, aproveitar melhor esses meus momentos de lucidez e fazer uma oração para acordar e descobrir que tudo o que está errado, na verdade, nunca existiu. Vou tentar dormir em paz, para no dia 26 já começar a usar tudo aquilo que eu pedi e que espero ganhar.
Portanto, Papai Noel, vou parar de fingir que eu não acredito em você. Eu quero mais é poder crer nisso, afinal, eu sou obrigado a acreditar em tanta coisa que não faz sentido e um pouco de esperança não me faria mal algum.
Filipe - o garotinho que ainda se surpreende com desilusões
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publicado por Dýlon às 18:59
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quarta-feira, novembro 30, 2005
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Quem tem postura é galinha, quem não tem, perde a linha
A mensagem de hoje é para você, você mesmo, você que tem vergonha da própria sombra, que se prende pela inibição, que nunca beijou a cabeça de uma mulher careca, entrevistou a Tati cover no ônibus, ou atravessou correndo uma rua para perguntar para a um desconhecido qual era a sua idade, sem mais nem menos, só por mera curiosidade. O objetivo é deixar de ser derrotado e tirar o que há de melhor da desgraça, principalmente se for a desgraça alheia.
Vamos lá, primeiro levanta essa cabeça, porque conversar com os peitos é muito interessante, desde que os peitos não sejam seus. Depois olha pra frente. Não, não tão longe, fitando o horizonte com o olhar de peixe morto, que assim você fica parecendo mais autista ainda. Agora sim, muito bom. Vamos lá, respira. Respira por baixo, faz à maneira oriental, deixa o ar entrar por baixo e ir subindo. Ta indo... Porra, é pro ar entrar e não sair, seu porco. Eca, você almoçou batata doce hoje?! Não se preocupe com sua envergadura moral ao dirigir-se a alguém, a gente sabe que tal envergadura não existe, portanto é o que menos vai fazer diferença. Próxima lição, ser artificial é completamente natural, desde que não soe falso. Em outras palavras; finge. Achou isso obscuro? Peraí que eu já desenho. Melhor, exemplifico. Suponhamos que você esteja sendo ameaçado de morte, pela Associação Eco-chata Protetora dos Gatos Imundos da FAFICH, pelos veteranos do 15º Período, ou pelo homenzinho verde, o seu amigo imaginário que, de repente, ficou mau. O que fazer então? Por suposto, nada. Primeiro porque você é desajeitado, e se correr, vai cair. Segundo, porque você morrendo faria um bem enorme para a humanida... Hã?! O que eu estava dizendo mesmo?! Pensei alto por um momento... Ah, sim! Erguendo a cabeça e dizendo com o peito cheio (e as fraldas também): cai dentro. Não tão baixo! Você tem que dizer: CAI DENTRO! [...]
Ah, não seja chorão. Soco na cara nem dói tanto assim. E depois você pode parcelar a reconstrução facial em 45 vezes de R$299,90, em qualquer cartão de crédito. Não tenha medo do mundo, tire esse rabo do meio das pernas - Calma, calma, não é pra sair dando ele para todo mundo também, se controla aí, pô – abra um sorriso, mesmo com todas essas cáries e essa boca murcha faltando dentes. Não tenha medo de arriscar. Viu como sua vida já ficou infinitamente emocionante? Cheia de adrenalina. (adrenalina na veia, para resolver a parada cardíaca depois de apanhar de cabeça erguida) Afinal, quem nunca atropelou uma velhinha, derrubou uma gorda no Mineirão ou botou alguém na mira da pomba, não tem histórias para contar.
Agora que você já começou a entender, só mais um detalhe: se for realmente foder alguém, use camisinha!
O Guru dos (DES)venturosos - originalmente publicado em Zulatozine #5, em 01 de dezembro de 2005
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publicado por Dýlon às 23:55
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segunda-feira, novembro 28, 2005
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5102 - Expresso para a demência
Quem sai de casa para comprar o ingresso do Pearl Jam, imaginando que o trajeto de ônibus vai ser tranquilo, é muito tapado mesmo, bobinho até, eu diria. Ainda mais quando todo mundo muda de idéia e resolve acompanhar o pé-de-coelho-preto, aquele, para o qual pouco azar é bobagem. Percebe-se que esse indivíduo nem sou eu. Que isso fique claro. Estávamos todos no 5102 (não me pergunte a diferença desse pro 5104, 5302, 4198, ou o 666, porque eu não sei), eu, André, Ismael, Lalá, Rafael, Lulu, Nando e toda a graça de uma excursão de crianças, quando, por um breve intervalo de assunto uma voz se fez ouvir. Falava com grande empolgação e, de vez em quando, deixava escapar um "doidimais".
Como o Zezé, aquele do Meu Pé de Laranja Lima, (meu Deus, por que eu fui lembrar disso agora?!), eu senti o diabinho remexer dentro de mim. Aliás, pensando bem, é mais ele que nasce no Natal e resto do ano, do que os bons sentimentos. Portanto, não resisti e resolvi chamar a atenção dos demais:
- Olha essa menina do seu lado aí, ela tem a voz idêntica à da Tati.
[param para ouvir um tempo] - Nossa, é igualzinha!
- Não é?! - Ai se eu tivesse um gravador aqui... - Você acredita que meu gravador está aqui na mochila? (providencial, não acha?!) - Tá falando sério? Pega ele aí. Vamos gravar isso. - Sei não, hein. A gente vai ter que pedir para ela e ela não vai querer falar. Talvez até se estresse com a gente. - A gente grava escondido. - Mas com o barulho do ônibus, se a gente não colocar o gravador perto da boca, não vai sair nada.
[...]
- Ismael, isso não está nada escondido! A colega dela tá vendo e tá ficando puta com a gente. Ou você pede para ela para deixar a gente gravar, ou, então, pára de gravar. Porque essa mulher pode fazer barraco aqui no busão. - Ah, não vou pedir não. Não tenho a cara de fazer isso. Você tem? - Eu até tenho, mas vou deixar essa oportunidade para você. Além do mais, eu já excedi a minha cota de perdeção de linha esse mês. Já beijei a careca daquela mulher... Anda, pede você!
- ... então, a gente desce no próximo... - disse o foco das nossas atenções.
- Viu Ismael?? Ela vai descer e a gente não vai conseguir. Pede logo.
- Não vou pedir não. - Então me dá esse negócio aqui. (gente com atitude é outra conversa, vê?)
- Oi, vocês estudam na UFMG, não? - Estudamos sim. - Fazem o que lá? - Matemática. - Negócio é o seguinte: você tem a voz idêntica à de uma amiga nossa. - ... - A gente precisava gravar você falando "doidimais" e "muito bom". - e mostramos o gravador.
A menina arregalou os olhos e por um momento gaguejou. Como eu me divirto até agora, só de lembrar.
Ela, ainda sem saber o que estava acontecendo, desceu. A gente ficou rindo uma caralhada de tempo e depois voltamos às nossas esferas de pensamento habituais.
Mas veja como o destino parece querer que eu perceba claramente a importância daquilo, faltando só desenhar. Estava eu hoje, domingo, no Mineirão, para assistir Vasco x Atlético, no meio da torcida do Galo, mas torcendo calado pelo Vasco, quando de repente senta uma menina de feições familiares à minha frente.
Abre parêntesis. Em uma cidade com trocentos milhões de habitantes, onde o meu círculo de conhecidos não passa de duzentas pessoas, dentro de um estádio com 48 mil torcedores, ela, a menina com a voz cover da Tati, sentara na minha frente. Fecha parêntesis.
Logo que percebi, comecei a rir. E eu, que outrora tinha nas mãos um gravador de voz, tinha agora uma câmera, que, por suposto, seria colocada em ação naquele momento. Foi então que a graça se levantou e veio andando na minha direção. Parou na minha frente, para passar para o outro lado, sem me reconhecer. Eu não me contive e soltei um "Oi, menina do busão. Tudo bem?". Tal foi o espanto dela ao me ver, que tentando fugir do maluco (que NÃO sou eu), acabou tropeçando e caindo muito feio. Quebrou três costelas, o fêmur e teve uma fratura exposta da clavícula... Tá, não foi assim, mas o tombo foi bem feio. E de longe ela gritou: "Você sabe que a culpa foi toda sua, né?!"
Pronto. Mais uma vítima do mau agouro inocente que emana, inconscientemente (juro!), do meu ser.
Eu tinha que postar a imitação dela e as fotos que eu tirei no domingo, tinha que dispor as fotos em sequência, do momento em que eu a vi, sucedendo até o pós tombo. Era minha nova missão de vida para hoje. Pode parecer a mais pura maldade, mas foi hilário tudo isso.
Sobre o jogo? O Galo perdeu, como o esperado.
Voltei pra casa e contei para um dos caras da república a história da menina do ônibus e sobre o que tinha acontecido no estádio. Por incrível que pareça, ele tinha ouvido uma história de uma colega dele, que tinha sido abordada por um retardado qualquer com um gravador, dentro do ônibus... Ao ver as fotos, ele confirma: é ela. E óbvio que o retardado NÃO era eu. Não termina por aí, porque, como se não bastasse, o celular dele toca e, imagina quem é?? Foi então que ela acabou sabendo que o grande pesadelo da vida dela, nos últimos dias, estava mais próximo do que podia supor. Eu não me aguentando mais de rir, ainda fui falar com ela ao telefone.
Como eu sou podre! Nunca alguém declarou abertamente seu ódio mortal por mim e eu achei tão engraçado.
Garanto que eu ainda a encontro, caída bêbada na rua, no dia que eu me perder andando por Belo Horizonte. Porque não existe coincidência, existe fatalidade. E se, por acaso, isso não acontecer, ela vai bater à minha porta com um porrete na mão para se vingar. Ela, a mulher careca e a menina dos dezessete anos, amiga da Maíra.
Que medo!
_ o blogspot fode a formatação. Quem olha ainda deve achar que eu sou um porco. Indignação manifesta.
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publicado por Dýlon às 00:10
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terça-feira, novembro 22, 2005
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Alzhe... O que mesmo?!
Desisti de tentar escapar de ser incluído naquela espécie dos que só não perdem a cabeça porque está colada no pescoço. Com tanta gente avoada no mundo, por que não ficar no grupo dos normais? E convenhamos que, pelas evidências, o meu nível de alzheimer não é dos mais brandos. Não é qualquer um que perde o guarda-chuva (fala sério. Isso todo mundo perde!), perde a câmera no carro do outros, perde o ônibus, o dia do aniversário do pai, perde a linha até o chão e de um braço só, perde o dia de se apresentar no serviço militar (memória seletiva, saca?), perde a vergonha na cara, perde o amigo, mas não a piada, perde o caminho de casa, esquece o número do próprio celular (não sou eu quem liga para mim, afinal!), contudo, por incrível que pareça, não perde a mania de querer tudo perfeito.
Eis que tudo se torna claro. Ohhh! Não tem como um indivíduo desses viver em paz tão looooooonge infinitamente da perfeição. Espera que estamos falando de mim, portanto a última parte tem que ser completamente desconsiderada. Eu sou a perfeição em pessoa, ou na forma do famoso arcabouço de pessoa.
Talvez isso se deva às sucessivas castrações criativas, as quais tenho sofrido. Primeiro as anotações sobre a convergência de retas paralelas, o que é estranho até para o meu "Fantástico Universo de Filipe", excessivo até para o "Maravilhoso de Maíra", e depois, quando eu tomo fôlego para escrever sobre os dias mais chatos do ano, entenda-se Natal principalmente, alguém já traduziu meus sentimentos de revolta, exatamente na mesma intensidade. Valeu Elise! Só não reclamo porque o texto ficou espetacular ( Versos Íntimos ). Eu vou deixar para manifestar a minha indignação com essas datas no meu aniversário, que realmente é o pior dia do ano, desde que eu nasci.
Estou com um medão de sair de casa hoje, tenho que ir comprar meu ingresso para o show do Pearl Jam, e aliada à minha deficiência mental aguda, está a falta de conhecimento no que diz respeito a andar nessa cidade, talvez mais uma vez por falta de vergonha na cara.
O que resta é apelar para a sorte, para ver se ela me guia enquanto eu estiver perdido por aí, sem saber voltar para casa. Sorte, se você estiver me ouvindo, nem precisa me fazer lembrar o ônibus certo, eu só quero passar com A.
Um ótimo dia, apesar de já ser tarde.
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publicado por Dýlon às 11:50
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