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Sai mosquinha, sai
Eu sabia que tinha alguma coisa perdida nas minhas lembranças mais recentes, que estava ali, escondida talvez atrás dos olhos e que teimava em ter minha atenção de volta. Voei de outra dimensão de repente com batidas na porta me dizendo que eu estava atrasado. Foi quando me olhei no espelho e percebi que aquilo tinha tentado sair à força de mim. Meus olhos estavam uma pereba! Nem eu resisti e tive de me perguntar se não tinha ido àquela outra dimensão fumar um e por isso tinha perdido a hora. Não, não era. Graças a Deus. Sou meio caretinha pra certas coisas e prefiro manter meu pé no chão. Na verdade, não que eu prefira assim, sabe? Acho que acontece simplesmente por um senso de praticidade e realidade que é por vezes exagerado, essas viagens são conduzidas por uma instrumentalidade lúcida e fria do meu consciente e inconsciente. O que era? Ah, era só o meu livre-arbítrio me dizendo que estava ali para ser usado. Acho que fiquei feliz, antes cego do que subjugado.
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